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30 agosto 2013

O que Eu sei é o que Eu fiz


Recebi um premio de terceiro lugar com esta poesia no 1° Concurso de Crônicas e Poesias Edy Braun - edição 2013, aqui da minha cidade (Toledo). Para minha primeira vez, esta muito bom. Apenas oma observação: quando reproduziram o nome dela(da poesia) nos jornais e também no certificado que ganhei, alteraram para "O que sei é o que eu fiz" ( e sem as maiúsculas no pronome). Não sei se foi uma correção por redundância de pronome ou erro de grafia mesmo. Se foi realmente uma correção ortográfica, não deveria ter sido feito, pois era exatamente essa redundância (proposital) que eu quis expressar no título, mesmo assim não reclamei... Já esta feito mesmo...


O que Eu sei é o que Eu fiz


Disse minhas melhores palavras.
Lancei meu olhar mais puro.
Dei meu sorriso mais cordial.
Falei de coisas inéditas... para mim.
Contei bobagens só para te ver sorrir.
Imaginei coisas incríveis, inimagináveis.
Sonhei, quando dormia e quando te olhava.
Sonhei tanto que acabei esquecendo de acordar.
E quando voltei ao mundo real, o sorriso não era mais que um esboço.
Uma doce e distante lembrança.

Aprendi novas coisas velhas.
Lembrei de coisas que nunca aconteceram.
Dei asas a uma imaginação que já voava, adormecida.
Brinquei de falar sério para fazer graça.
Andei sobre nuvens sólidas de algodão doce.
Cantei coisas bobas sem pensar.
Descobri sentidos perdidos, sentidos nunca sentidos.
Tive ataques de risos sem nada para achar graça.
Chorei de alegria sem saber porquê.
Parei para ouvir o sino que batia, como todos os dias, mas como nunca antes.

Fiquei sozinho por horas para pensar, e dormi.
Deitei-me para dormir e não parei de pensar.
Deixei a luz acesa para brincar de fazer sombras.
Andei, e andei, e andei, e andei... e não cheguei, mas não parei.
Falei com Ele sobre  política, sobre amor, sobre guerra.
Fiz perguntas simples sem ter resposta alguma.
E quando não perguntei me disseram o que eu já sabia.
Levei flores para passear de navio.
Aprendi a esquecer de lembrar de tudo.
Inventei palavras novas para sentimentos velhos.

Eu que não jogo, apostei. E perdi.
Não sabia perder, aprendi a ganhar.
Ouvi sobre mistérios e falei sobre saber.
Disse ao vento mentiras infantis.
O vento me contou verdades improváveis.
Esperei a chuva cessar para poder brincar na lama.
Mas a chuva nunca cessou...
Andei por caminhos de tijolos amarelos, e verdes, e azuis...
E aprendi a esperar o inesperado.
Mas o que não é esperado não é bem-vindo...

Fui ladrão, soldado, cavaleiro.
Salvei princesas, venci batalhas históricas.
Tomei castelos, drinks, banhos.
Aprendi que não se arromba uma porta aberta.
Pensei estar só quando todos me rodeavam.
Esperei o dia raiar, e cantei a noite toda.
Mas a noite era criança, e corria, e fugia, e brincava.
E quando o dia veio, a noite chorou, pois não queria me deixar.
E eu vi o sol consolar a lua, num eclipse que mais parecia um beijo cósmico.
E vi a lua se despedir das estrelas, com raios de luz prateada.

Contaram-me histórias, e estórias, e causos.
Criei lendas, fantasias, para contar a mim mesmo.
Assustei-me com a verdade, e não quis acreditar.
Gostei de ouvir mentiras, e as tomei como verdades.
Separei as peça do quebra cabeça e não consegui mais montá-lo.
Lamentei vitórias épicas, comemorei derrotas infames.
Sentei ás margens de um rio sem pensar em nada, e depois nadei.
Contei estrelas, cédulas, peixes, libélulas, gotas d’água.
E o céu nublado despejou uma chuva de letras e números.
E algumas letras eu consegui cativar...

Fui forte como nunca pensei poder, mas ninguém viu...
Fui fraco como não deveria jamais ter sido, alguns viram...
E a canção continua como deve ser.
E o grão de areia ainda sonha em ser maior que o mar.
E o sonho é uma realidade... Que ainda não aconteceu.
E a realidade pode ser apenas um sonho, um sonho irreal...
E aprendi palavras novas, ainda melhores que as outras.
Meu sorriso agora é sincero, não apenas cordial.
E as coisas ainda são inéditas. Reprises inéditas.
Mas aprendi que a pureza não está no olhar. Está no coração...

(Anderson)

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