Recebi um premio de terceiro lugar com esta poesia no 1° Concurso de Crônicas e Poesias Edy Braun - edição 2013, aqui da minha cidade (Toledo). Para minha primeira vez, esta muito bom. Apenas oma observação: quando reproduziram o nome dela(da poesia) nos jornais e também no certificado que ganhei, alteraram para "O que sei é o que eu fiz" ( e sem as maiúsculas no pronome). Não sei se foi uma correção por redundância de pronome ou erro de grafia mesmo. Se foi realmente uma correção ortográfica, não deveria ter sido feito, pois era exatamente essa redundância (proposital) que eu quis expressar no título, mesmo assim não reclamei... Já esta feito mesmo...
O que Eu sei é o que Eu fiz
Dei meu sorriso mais
cordial.
Falei de coisas inéditas...
para mim.
Contei bobagens só para te
ver sorrir.
Imaginei coisas incríveis,
inimagináveis.
Sonhei, quando dormia e
quando te olhava.
Sonhei tanto que acabei
esquecendo de acordar.
E quando voltei ao mundo
real, o sorriso não era mais que um esboço.
Uma doce e distante
lembrança.
Aprendi novas coisas velhas.
Lembrei de coisas que nunca
aconteceram.
Dei asas a uma imaginação
que já voava, adormecida.
Brinquei de falar sério para
fazer graça.
Andei sobre nuvens sólidas
de algodão doce.
Cantei coisas bobas sem
pensar.
Descobri sentidos perdidos,
sentidos nunca sentidos.
Tive ataques de risos sem
nada para achar graça.
Chorei de alegria sem saber
porquê.
Parei para ouvir o sino que
batia, como todos os dias, mas como nunca antes.
Fiquei sozinho por horas
para pensar, e dormi.
Deitei-me para dormir e não
parei de pensar.
Deixei a luz acesa para
brincar de fazer sombras.
Andei, e andei, e andei, e
andei... e não cheguei, mas não parei.
Falei com Ele sobre política, sobre amor, sobre guerra.
Fiz perguntas simples sem
ter resposta alguma.
E quando não perguntei me
disseram o que eu já sabia.
Levei flores para passear de
navio.
Aprendi a esquecer de
lembrar de tudo.
Inventei palavras novas para
sentimentos velhos.
Eu que não jogo, apostei. E
perdi.
Não sabia perder, aprendi a
ganhar.
Ouvi sobre mistérios e falei
sobre saber.
Disse ao vento mentiras
infantis.
O vento me contou verdades
improváveis.
Esperei a chuva cessar para
poder brincar na lama.
Mas a chuva nunca cessou...
Andei por caminhos de
tijolos amarelos, e verdes, e azuis...
E aprendi a esperar o
inesperado.
Mas o que não é esperado não
é bem-vindo...
Fui ladrão, soldado,
cavaleiro.
Salvei princesas, venci
batalhas históricas.
Tomei castelos, drinks,
banhos.
Aprendi que não se arromba
uma porta aberta.
Pensei estar só quando todos
me rodeavam.
Esperei o dia raiar, e
cantei a noite toda.
Mas a noite era criança, e
corria, e fugia, e brincava.
E quando o dia veio, a noite
chorou, pois não queria me deixar.
E eu vi o sol consolar a
lua, num eclipse que mais parecia um beijo cósmico.
E vi a lua se despedir das
estrelas, com raios de luz prateada.
Contaram-me histórias, e
estórias, e causos.
Criei lendas, fantasias,
para contar a mim mesmo.
Assustei-me com a verdade, e
não quis acreditar.
Gostei de ouvir mentiras, e
as tomei como verdades.
Separei as peça do quebra
cabeça e não consegui mais montá-lo.
Lamentei vitórias épicas,
comemorei derrotas infames.
Sentei ás margens de um rio
sem pensar em nada, e depois nadei.
Contei estrelas, cédulas,
peixes, libélulas, gotas d’água.
E o céu nublado despejou uma
chuva de letras e números.
E algumas letras eu consegui
cativar...
Fui forte como nunca pensei
poder, mas ninguém viu...
Fui fraco como não deveria
jamais ter sido, alguns viram...
E a canção continua como
deve ser.
E o grão de areia ainda
sonha em ser maior que o mar.
E o sonho é uma realidade...
Que ainda não aconteceu.
E a realidade pode ser
apenas um sonho, um sonho irreal...
E aprendi palavras novas,
ainda melhores que as outras.
Meu sorriso agora é sincero,
não apenas cordial.
E as coisas ainda são
inéditas. Reprises inéditas.
Mas aprendi que a pureza não
está no olhar. Está no coração...(Anderson)
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