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18 outubro 2014

Às palavras, com louvor!

Mais do que os olhos podem ver
Em versos mudos ousam explicar o inexplicável,
Com esmero, o indizível é dito em voz altiva,
Mas é no silêncio velado que revela-se sua singular nobreza,
Imprimindo ao real um suave toque de fantasia
Que traz à vida as fantásticas alegorias imortais
Em uma inocente tentativa de aproximar mundos,
Das lúdicas composições poéticas de outrora
Às gélidas equações de cálculos dilatórios.
Por vezes consoladoras, reconfortantes até.
Outras aterradoras, mensageiras de infortúnios,
Mas sempre cruciais e indispensáveis
Preletoras da memória humana grafada,
Trazem em si o peso da verdade instituída,
Simplesmente... assim.
Mas cedem em mister seu poder aos falastrões.
Imparciais qual o vento ao lufar folhas secas,
Imponentes por natureza, sutis por definição,
Verdadeiros germes do conhecimento escrito,
Formam um códice sagrado de valor inestimável.
Fiéis portadoras dos legados da raça humana
E detentoras por excelência do futuro do homem,
Inda assim...
Que seria do poeta sem ter como expressar sua ânsia?
Bem, arrisco dizer que sobrariam os crepúsculos
E as flores, e o arco-íris. Também as crianças e os colibris.
O vento, a maré e a noite fariam poesia. Poemas visuais.
Mas o vento as vezes para. A maré baixa e a noite se torna dia.
Crianças crescem e o arco-íris é nada em dia seco.
Flores e colibris um dia também se vão, isso é certo.
E apenas o que sobraria seria as longínquas memórias
Rememoradas em dias tristes. Ou felizes, tanto faz,
Ao contemplarmos um crepúsculo nostálgico
E então perceberíamos quão importantes são,
Quão indispensável é sua primordial e singela função,
Registrar nos anais da existência a epopeia humana
O que foi, o que é e o que será. Só isso.


As dores e os amores, as aventuras e desventuras,
Da mais simples intempérie ao mais nobre dos sentimentos
Imortalizando os pensamentos mais brilhantes
Ou dando vazão aos devaneios mais inusitados.
Palavras... Sozinhas são as joias do tesouro.
Mas juntas... Juntas são as matrizes do próprio infinito...



(Anderson)