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25 agosto 2014

SHITOKAN NO JOJISHI : daishi no uta – Kibarashi (verso terceiro - Distração)

Do dicionário: Epopeia é um conjunto de acontecimentos históricos narrados em verso, e podem não representar os acontecimentos com fidelidade, porém apresenta fatos com relevante conceito moral e eventos heroicos, por exemplo, transcorridos durante guerras, ou relativos a fenômenos históricos, lendários ou míticos, e que são representantes de uma determinada cultura.

Narrarei aqui, tal qual vão acontecendo as aventuras, a epopeia de um singular grupo de destemidos aventureiros, viajantes de uma terra mítica muito além do horizonte, o Império oriental de Shitokan, um mundo envolto em mistérios e governados pela honra e pela magia . Terra esta que nasceu da brilhante mente de um amigo muito especial, honorável Adelir-san. Verso a verso, contarei o destino incerto deste bravos guerreiro de olhos puxados, cujo maior intuito é a busca pelo desconhecido...

daishi no uta – Kibarashi (verso terceiro - Distração)

Qual parvos caçoando da sorte
Se safam num acordo sutil
Apartam-se do infame ser vil
Seguindo seu coagido norte
Akuma ni taishite Samurai

Na terra do chá aportando
Por lampejos se deixam levar
Em soturnas cavas vão dar
Outra vez sua meta adiando

Do fosso saindo sem pressa
Se livram de um mal da floresta
Portando mais um pergaminho

Emendando seu instável fadário
O bom senso se faz solidário
E os guia de volta ao caminho

(Anderson)

24 agosto 2014

Dias Nublados

O cinza desses dias nublados,
Intermináveis dias nublados...
Tanto a dizer... mas sem palavras.
Me faz lembrar com nostalgia,
Quiçá uma saudosa alegria,
Dos domingos da minha infância.
Nada de especial, em verdade,
E não que os domingos sejam cinza,
Pelo menos não eram, ao contrário,
Os domingos não são cinza.
São verdes. E os sábados incolores.
E a segunda e seus irmãos, estes sim,
Carregam o cinéreo tom em si,
Não por mal, mas por quê assim é.
Pelo menos era assim que eu via...
Visão engraçada essa...
Do tempo que as coisas tinham graça,
Que o melhor da festa,
Como já dizem os lusitanos,
É esperar por ela. E já foi, acho.
Não sei se inda o é.
Se é que foi.
Mas foi junto com meu sorriso,
Antes um sinal,
De que tudo ia acabar bem,
Um dia...
Hoje, é ainda um sinal,
Uma marca translucida de algo que já existiu,
Um estigma forte e marcado,
Tão forte que até parece real,
Aos olhos desatentos,
Tão marcado que por vezes,
Não poucas,
Chega doer na alma,
Tal o esforço para mantê-lo...
E ainda tem o grego.
Essa língua tão sagaz e difícil,
Mas tão sagaz e tão difícil,
Que nem me lembro de quando a aprendi.
Nem como. E nem porquê.
Só me lembro de estar falando,
Sem parar,
Sem palavras,
Com o público me olhando
Sem entender,
Sem ouvir.
E eu ali, parado, todo dia,
O tempo todo.
Em discursos intermináveis,
Ora gritados, ora mudos.
Ora simplesmente falados.
Horas perdidas...
(...)
Mas ninguém fala grego por aqui...
Não os culpo. Afinal, nem na Grécia estamos...
E a sensação de perda,
Que já é ruim quando perdemos algo,
Pode ficar ainda por
Quando nem sabemos o que perdemos...
Mas deve haver algo ainda,
Ainda deve!
Pois se não, que faço eu aqui?
Deve ser essa tal esperança,
Essa ingrata,
Prêmio dos fortes, consolo dos fracos,
Ambígua tal qual a própria morte,
Que assusta os tolos que a ignoram
E encanta os ignorantes tolos.
Mas ao final... ou não...
Me resta a doce lembrança
Dos verdosos e distantes domingos,
Do tempo em que eles eram verdes,
E o cinza, em seus matizes pálidos,
Que por sinal, 
Creio já estar impregnado em meus olhos,
Olhos nublados,
Antes estava apenas e tão somente
Na coloração dos dias da semana,
Frutos da inocente imaginação
De uma criança que a muito se foi...

(Anderson)

12 agosto 2014

Reflexo


Like this...
Posso ver no olhar melancólico do homem
Espelhado em sua alma um claro reflexo
As sombrias penúrias que a todos consomem
De uma vã existência sem cor e sem nexo

Atados que estão ao seu fio prateado,
Percebo a esperança que tardia se esvai
Em ledas lembranças de um vago passado,
No torpor de uma lágrima que rola e cai

Do trato polido nos âmbitos capitais
Aos mantras sagrados no altar do templo,
Asseclas pedantes em suas vis catedrais,
Dos tolos e fracos o iníquo exemplo

E que é essa sombra que os olhos me logram?
Estranho embaraço no corpo do espelho
Ou destino cruel dos que ao mundo esnobam
Nos versos de um cego em seu auto conselho?

Silhuetas nuviosas em tributo a Orfeu
Meneiam morosas um aceno abatido,
E aos poucos revelam, a imagem sou eu
Num espelho quebrado de um parco jazido


(Anderson)

02 agosto 2014

Fato

(...)
Não sei dizer bem o que é,
Talvez um mero pretexto
Ou prozas sem um contexto
Quiçá notas de rodapé

Com ensejos de ingratidão
Admito sem embaraço
Me ater só ao que faço
Ignorando o vulgar sermão

E os versos tantos que existem
Por vezes até persistem
No intento de me dar calma

Mas que é de um locutor
Sem ouvinte ou expectador
Falando aos surdos da alma...

(Anderson)