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23 agosto 2013

O Hobbit - Uma Crítica Inesperada ( e atrasada! )

Clique na figura e veja o trailer do filme
Por esses dias assisti, pela segunda vez, o filme O Hobbit - Uma Jornada Inesperada, primeiro dos três filmes da franquia que foi dirigida por Peter Jackson, o mesmo da trilogia O Senhor dos Anéis. Como todos já devem estar cansados de saber, tanto o filme O Hobbit quanto O Senhor dos Anéis foram inspirados nas obras literárias de J.R.R Tolkien, o grande escritor e filólogo africano ( sim, isso mesmo, Tolkien nasceu na Africa, ele não é natural do Reino Unido!) que fizeram enorme sucesso na Inglaterra e no mundo todo. Nada de mais, levando em conta que assisti o primeiro filme da trilogia SdA, A Sociedade do Anel (lançado em 1° de janeiro de 2002 no Brasil) sete vezes só no cinema, e mais umas sete em dvd e blu-ray. Apreciador da sétima arte que sou, em especial de obras de bom gosto e com conteúdo, desenvolvi uma certa intolerância por filmes dublados. Não sei bem quando foi isso, mas é fato. Me lembro ,inclusive,  de ter assistido o filme supracitado em VHS dublado lá por 2003, quando saíram as primeiras cópias caseiras do mesmo nas locadoras. Fiquei chocado ao ouvir a dublagem do Gandalf , que é interpretado pelo icônico Sir Ian Mckellen (que nasceu para fazer o Mago Cinzento, diga se de passagem, sem falar no Magneto de X-men). Quem dublou foi Hélio Viccarium veterano da dublagem, porém, particularmente achei que sua voz não ficou à altura do ator britânico. Bom, isso apenas veio reforçar meu preconceito para com filmes dublados. Sempre primei pela máxima originalidade quando assisto à uma obra áudio visual. Até mesmo em documentários. Penso que desde o tom da voz, a maneira com que o ator à impõe, efeitos de local como eco, sons ambientes, gritos, sussurros, tudo isso quando original dá uma nuance mais real ao filme, coisa que dificilmente se consegue reproduzir em um estúdio (de dublagem). Efeitos especiais à parte, claro. Certo que há também as animações, que dou meu braço à torcer, aqui no brasil são muito bem dubladas, até pelo fato de o filme ser desenvolvido para estúdio. E lógico que existem as exceções esdruxulas, como os integrantes do Pânico na TV , Bussunda ou Luciano Hulk fazendo dublagem... Sofrível, nem vou entrar no mérito. No entanto, adianto que desta vez minhas crenças quanto à dublagem começaram a vir à baixo. 
"Um mago nunca se atrasa, nem se
adianta. Ele chega exatamente quando quer."
Como o título sugere, vou me ater ao filme O Hobbit. Seu lançamento foi em 14 de dezembro de 2012 (os outros dois filmes, O Hobbit - A Desolação de Smaug e O Hobbit - Lá e de Volta Outra Vez entrarão em cartaz em estréia mundial em 13/12/13 e 18/07/14 respectivamente, fechando a trilogia). Curiosidade: em meados do ano passado, sua estréia no Brasil fora anunciada para 21/12/12 ( alguém lembra de "outra coisa" que era para acontecer nessa data???) mas acabou saindo tudo em estréia mundial mesmo. Detalhe: não consegui ir ao cinema na época, pois no cinema aqui da minha cidade não houve sessão do filme legendado, é mole? Triste... Segundo Geraldo Clivatti, proprietário do Cine Panambi aqui em Toledo, em uma conversa informal que tivemos no início do ano, isso faz parte de uma estratégia à nível nacional para atrair o público de volta ao cinema, uma vez que nos últimos anos houve um queda drástica no número de pessoas que frequentam as salas de exibição de filmes país a fora, e segundo dados de pesquisa os frequentadores restantes em sua maioria preferem filmes dublados. Além disso, tem o fator pirataria, que como tudo que é ilegal no Brasil, até diminuiu, mas está longe de acabar (mídias virtuais que o digam). É, a ignorante voz do povo... Bem, sou suspeito em falar pois baixo filmes também, logo... Mas, retomando, fiquei frustrado, pois sou fã de Lord of the Rings e seu contexto épico medieval, isso desde os ancestrais tempos em que jogava RPG, e ainda sou purista quanto à originalidade do filme, para piorar. Ai, acabei assistindo só quando saiu em Blu-ray, de birra. Inclusive assisti baixado da net! Mas tenho que confessar que foi uma experiência bem interessante, pois enquanto esperava sair em cópia doméstica, li diversas críticas, resenhas, análises, etc. Afinal, todo mundo hoje é expert naquilo que gosta. Ou pensa que é. E admito que até desanimei de ver o filme. Lembro de ter ouvido uma observação de um amigo que havia assistido no cinema e que disse que  não era tudo aquilo que se esperava. E, preconceituoso que sempre fui, até concordei (sem ter assistido!) em virtude das críticas que li. Entretanto, ter deixado para assistir bem depois da estréia, sem toda aquela empolgação e euforia do momento, me fez ver com olhos mais atentos (e desconfiados, por que não?) o dito filme, o que me proporcionou uma certa isenção de ânimo para tal. Foi a melhor coisa que fiz.
Bom, não sou especialista em cinema, mas me arrisco à tecer alguns comentários. Em primeiro lugar, muitos classificaram o filme O Hobbit como muito bom mas "não o bastante para ser épico". Na verdade um erro deveras infantil, eu diria, pois é uma afirmação que demonstra claramente a comparação direta com a trilogia Senhor dos Anéis. E não há comparação, é só ler os livros. São obras totalmente distintas, pois enquanto na obra literária O Hobbit Tolkien quis apenas criar um conto de fadas pessoal para seus filhos, em O Senhor dos Anéis ele deu vida à todo um universo, com direito a toda complexidade que se possa imaginar em uma obra de criação universal. Logo, devemos ver o filme da mesma maneira, ou seja, isoladamente, e não como continuação ou mesmo prólogo da trilogia LotR. Concordo que livro é livro, filme é filme e não é só por quê uma obra literária seja um ícone da literatura mundial que um filme feito com base nessa mesma obra também vai ficar bom. Estão ai as películas de Percy Jackson para não me deixar mentir...
Bom, se esses cara ai não são épicos
não sei de mais nada...
O Hobbit tem uma fotografia incrível... Dentro dos conceitos de fantasia medieval. E por isso apenas já seria épico, mas não é só. É um filme para toda família, é verdade. Tanto que assisti com minhas filhas ( Bela de 6 anos e Bia de 4 anos) e, tirando as partes dos "monstros" em que elas olhavam por entre os dedinhos e me abraçavam, adoraram. Na primeira vez assisti só eu e minha esposa. Concordo que a história não ficou totalmente verossímil, e nem creio que poderia. Em Senhor dos Anéis, por exemplo, se isso fosse feito teria rendido uns 4 ou 5 filmes sem fazer muita força. Assim como a história dO Hobbit poderia ser contada em um filme ou no máximo dois, mas entendo que além das questões "financeiras" ( não sejamos inocentes, estamos falando de um negócio milionário) há também o fato de que Peter Jackson sendo um fã incondicional de Tolkien, provavelmente tenha optado em alargar os horizontes da Terra Média, uma vez que esta será sua oportunidade derradeira (assim espero, pois não creio que um filme sobre os Contos Inacabados, por exemplo, do mesmo autor de SdA, faria algum sucesso), acrescentando elementos da franquia Senhor dos Anéis que foram extirpados ou simplesmente ignorados na versão de cinema de mesmo título em prol de uma "versão mais filmável" da história, como é o caso do personagem Radagast, o Castanho que não aparecia no livro mas foi incluído no enredo de O Hobbit. Na verdade não vejo como nomeá-lo como épico antes de ver os outros dois filmes, já que é uma história só, mas com certeza já podemos eleger algumas cenas épicas, como a canção Misty Mountains ou as Charadas no Escuro entre Bilbo e Gollum, sem falar na cena com os trolls das montanhas. E ainda ouvi muitos reclamarem que o filme é longo demais, com muita encheção de linguiça, do que também discordo. Parafraseando Gandalf, penso que o filme "é do tamanho que deveria ser, nem mais nem menos". Nós é que somos muito críticos além de gerarmos expectativa em demasia, o que em verdade está profundamente relacionado, e ficamos imaginando que poderia ser assim ou assado e que deveria ter isso ou aquilo, que aquela cena ficaria melhor assim, que esse personagem não se encaixa, etc, etc... E perdemos o foco, acabando por esquecer de apreciar o que realmente foi feito.
Outra coisa que preciso citar, e que já referi acima, mas que não tem a ver com a produção do filme em si, é a questão da dublagem do mesmo em nossa língua. Como já disse no início, sou um pé atrás com filmes dublados. Na verdade sou "desfavorável" (para não dizer contra) quando não se trata de animação. No entanto, como assisti com minhas filhas ( à pedido da Bela, pois já havia contado a história do livro O Hobbit para ela ) obviamente tive que ver o mesmo dublado, e qual foi minha surpresa ao perceber que estava gostando da dublagem! Com certeza se deve ao fato desta ter aumentado de nível exponencialmente, sendo desde a equipe de dubladores, muito bem selecionados desta vez ( se comparados com o elenco de dublagem de SdA) até as técnicas utilizadas para dublagem de vozes específicas, como no caso da reprodução em brasileiro da voz de Gollum, interpretada no original pelo renomado ator Andy Serkis, e que aqui foi feita pelo talentosíssimo dublador Guillerme Briggs. E no restante do time de dublagem também só tem fera, entre eles Alexandre Moreno, Márcio Simões, Julho Chaves, Marcelo Garcia, Reinaldo Pimenta, José Santana,  Mauro Ramos e Hélio Ribeiro, nos respectivos papéis de Bilbo (jovem), Thorin, Nori, Ori, Dori, Oin Gloin e Elrond. Destaque também para Luis Carlos Persy, que dublou o Gandalf ao invés de Hélio Viccari, e na minha opinião se aproximou muito mais do original, e para Mário Monjardim Filho, nosso querido Salsicha da série Scooby Doo, fazendo o mago Radagast (Sylvester McCoy). E não posso esquecer do grande Isaac Bardavid ( o Wolverine brasileiro, para quem não conhece. Ou o Tigrão, do Ursinho Pooh, para quem tem filhos pequenos em casa como eu!) dublando Ian Holm, no papel do velho Bilbo Baggins, fazendo uma pontinha no início do filme. Bom, não é só por que prefiro filmes legendados que não gosto de dublagem. Sempre que notava uma grande performance (de dublagem) em alguma animação, por exemplo, buscava saber quem era e o que já havia feito, ou seja, conhecer o trabalho da pessoa.Na verdade acho que seria mais correto dizer que "desaprovo" filmes mal dublados, e olhem que cresci vendo este tipo de filme...
A Terra Média e suas maravilhas. Como o Gandalf, por
exemplo...
Emfim, O Hobbit é uma ótima pedida, críticas à parte, trata-se de um excelente filme, que realiza com sucesso, em minha humilde opinião, a tarefa à que se propõe que é a de contar uma bela estória, em uma terra medieval fantástica recheada de personagens épicos e criaturas mitológicas, dando vida à um universo maravilhoso, o qual facilmente nos envolve e encanta de uma maneira que só os grandes mestres, remetendo ao seu mentor, conseguem fazer. Recomendo à todos.



Obs.: Para os interessado, abram os links ( em azul ) que deixei pelo texto para saberem um pouco mais sobre desde os atores do filme até dubladores e alguns temas relacionados. Vale a pena, confiram.



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