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13 julho 2013

Missiva à um ente querido

(...)
Quanto tempo não diviso,
Querido velho comparte
Esta face amistosa
Companhia mui honrosa
Tão voado de minha parte?

Hoje, quase que um tesouro,
As memórias que se conservam,
São por vezes  um alento
Dependendo do momento
Das lembranças que se preservam

Mas nessa vida danada
Nem tudo fica igual
Pois  palavras não retrocedem
Das medidas às que não se medem
E é o tempo prova cabal



Lamento  meus rudes modos,
Com saudosos versos de apelo
Cheios de boa intenção
Ou por impulso, então
Mas acabei por esquecê-lo

Na busca da perfeição
O incauto olvida o dever
Deslembrado do importante
Com mente turva, distante
Acaba por se perder


De orientado a guia cego
"Indo bem " sempre pensara
Mal sabia que o caminho
Que intuía fazer sozinho
Nem do início me apartara 

E agora provavelmente
Na locução desta missiva
Nem seja a origem a narrar
Mas um intruso a se saciar
Perpetrando esta ofensiva

Esta trilha tão almejada
É mais que mera opção,
Dá aos fracos de vontade
Por prêmio  a infelicidade
E uma profunda frustração

Nossos rumos se apartaram
Dentre escolhas e situações
Os sorrisos de outrora
Apagados que estão agora
Mais parecem sutis ilusões
   

Entre os pares e os iguais
Tão difícil é hoje o indulto
Que endurece o coração
Fazendo com que o perdão
Pareça coisa de inculto

Nas estradas dessa vida
São comuns os desencontros
Mais sábio é comemorar
Um encontro com pesar
Que ter  vivência sofrida



Agora que me despeço
Não dou-te nome porém
Apenas rogo em secreto
Num gesto humilde, discreto
Que perdoe meu desdém

É demais, isso eu bem sei,
Querer o que já passou
No entanto nesse instante
Contrito porém confiante
De volta aqui estou

E isto é só o que me resta
Não mais vou me demorar
Reforçando aqui meu pedido
Velho amigo tão querido
Pra de novo juntos brindar

(Anderson)


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