Wikipedia

Resultados da pesquisa

23 julho 2013

Canção Agalopada

Clique na imagem
Foi um tempo que o tempo não esquece
Que os trovões eram roncos de se ouvir
Todo o céu começou a se abrir
Numa fenda de fogo que aparece

O poeta inicia sua prece
Ponteando em cordas e lamentos
Escrevendo seus novos mandamentos

Na fronteira de um mundo alucinado
Cavalgando em martelo agalopado
E viajando com loucos pensamentos


Sete botas pisaram no telhado
Sete léguas comeram-se assim
Sete quedas de lava e de marfim
Sete copos de sangue derramado

Sete facas de fio amolado
Sete olhos atentos encerrei
Sete vezes eu me ajoelhei

Na presença de um ser iluminado
Como um cego fiquei tão ofuscado
Ante o brilho dos olhos que olhei


Pode ser que ninguém me compreenda
Quando digo que sou visionário
Pode a bíblia ser um dicionário
Pode tudo ser uma re-fazenda

Mas a mente talvez não me atenda
Se eu quiser novamente retornar
Para o mundo de leis me obrigar

A lutar pelo erro do engano
Eu prefiro um galope soberano
À loucura do mundo me entregar

(Zé Ramalho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário