A guerra não é apenas um conceito. Tampouco um mal a se temer. A guerra é um princípio universal e imutável, tão essencial à existência quanto a própria necessidade de seguir a diante. Talvez mais importante até que sua contra-parte, a paz. O impulso mesmo da vida, o combustível que nos faz lutar, temer, planejar, indagar, prosseguir, tudo isso está intrínseco nesse princípio singular. E seus preceitos estão profundamente arraigados em nosso interior, mesmo que não nos demos conta. Desde o constante batalhar de antíteses que nos prende ao dualismo da existência, até as mais épicas batalhas entre o bem e o mal, outros dois princípios igualmente supremos. Por isso, não raramente, me pego a refletir que em tempos de paz, a humanidade pode até prosperar, como corrobora a história. Mas também se torna fraca, fútil e vulnerável. E em tempos de guerra é quando o nos tornamos fortes e resistentes. Profundos. Pelo menos aqueles que restam... A aflição nos flagela, isso é certo. Até mesmo em nossas guerras internas. Mas é ai que procuro me apegar a uma frase de Carlos Drummond de Andrade que diz o seguinte: a DOR é inevitável, o SOFRIMENTO é opcional. Quem tiver entendimento que entenda.
Prece
Ares para os gregos, Marte para os romanos. Nos dois casos o mesmo personagem: O Deus da Guerra |
Dos louros
da justa afrontada
Ao espólio
de infame vitória
Não há
espada na história
Que à ti
não fosse consagrada
Movidos
por ânsias dementes
Ou pela
própria honra coagidos
Exércitos
de homens perdidos
Por causas
e idéias doentes
E confiando
à paz ao destino
Negamos
seu caráter divino
Que à
todos afeta em igual
Pois
queiramos ou não aceitar
Simplesmente
não há como negar
Que a
guerra é um princípio imortal
(Anderson)
Nenhum comentário:
Postar um comentário