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27 novembro 2013

Noturno

Esta noite novamente
Demorei à adormecer
Contei flores e carneiros
Emergido em travesseiros
Pra não ver o sol nascer

"Em quanto você dorme, a noite vigia..."

Li mil livros de estórias
E outros mil pus-me a grafar
Embalei cantigas brandas
Fiz canções, dancei cirandas
Sem nem mesmo levantar

Passeei por terras pardas
Nas asas de um beija-flor
Apostando com o vento
Por parceiro o pensamento
Sem limites, sem temor



Encantei-me com as estrelas
No avesso ao meio-dia
Pontos alvos de um sem fim
Como que a piscar pra mim
E feito um bobo eu sorria

Entre plumas e auréolas
Declamei versos celestes
E em canções além do ouvir
Disse um pai,sempre a sorrir,
"Tua vida é o que fizeste"

Cruzei mares de aventuras
Sorria! Você está sendo "ninado" ...
Quebrei ondas de alegria
Contemplando a majestade
Do oceano da saudade
Que no peito eu trazia

Palavras tolas em tom suave
Às rochas fui segredar
E quão grande minha surpresa
Em assistir com mui presteza
Um rochedo pôr-se a chorar

Num rufar de alvas plumas
Viajei o mundo a fora
Vi florestas e castelos
Um sem fim de locais belos
Aos quais volto, sem demora

Cavalguei por entre nuvens
Viajei com o trovão
Provei novos sentimentos
Confusões e entendimentos
Qual relâmpago em clarão


Artêmis
E o sono que não chegava
Me instigava a fantasia
Eis que então, já alvorecendo
Qual farol ao longe ardendo
Um sorriso me contagia

Era a própria dona da noite
Sorrindo-me gentilmente
Em processos de ir embora
Predizendo o vir  d'aurora
Acenando a toda gente

E minh'alma tão inquieta
Se acalma num sussurrar
Com a ternura irradiada
Por Artêmis, a prateada
La no céu a me ninar


E nesta noite, quase dia
Adormeço a suspirar
Em meus sonhos sem maldades
Ainda lembro com saudades
Do riso argênteo a me encantar...

(Anderson)

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