Os preceitos descritos abaixo são datados do século XIV. Quem primeiramente me apresentou os mesmos foi um grande amigo, o qual já citei anteriormente aqui no blog, Adelir Baldin, que sempre se interessou pela cultura oriental. Sabe-se apenas que foram escritos por um guerreiro samurai, de identidade desconhecida. Seus ensinamentos, em uma análise contemporânea superficial, parecem deslocados, ao menos ultrapassados para os dias atuais. Até para os padrões orientais. No entanto, defendo que são mais necessários do que nunca. Para todos os efeitos, o real recado deste poema é a importância do desapego material, e isto jamais se tornará obsoleto.
"Para se chagar à fonte, é preciso nadar contra corrente." |
Eu não tenho pais, faço do céu e da
terra meus pais.
Eu não tenho casa, faço do mundo minha
casa.
Eu não tenho poder divino, faço da
honestidade meu poder divino.
Eu não tenho pretensões, faço da minha
disciplina minha pretensão.
Eu não tenho poderes mágicos, faço personalidade
meus poderes mágicos.
Eu não tenho vida ou morte, faço das
duas uma, tenho vida e morte.
Eu não tenho visão, faço da luz do
trovão minha visão.
Eu não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos.
Eu não tenho língua. Faço da prontidão
minha língua.
Eu não tenho leis, faço da auto-defesa
minha lei.
Eu não tenho estratégias. Faço do
direito de matar e do direito de salvar vidas minha estratégia.
"As palavras são anões Os exemplos são gigantes." |
Eu não tenho projetos, faço do apego
às oportunidades meus projetos.
Eu não tenho princípios, faço da
adaptação à todas as circunstâncias meu princípio.
Eu não tenho táticas, faço da escassez
e da abundância minha tática.
Eu não tenho talentos, faço da minha
imaginação meus talentos.
Eu não tenho amigos, faço da minha
mente minha única amiga.
Eu não tenho inimigos, faço do
descuido meu único inimigo.
Eu não tenho armadura, faço da
benevolência minha armadura.
Eu não tenho castelo, faço do caráter
meu castelo.
Eu não tenho espada, faço da perseverança
minha espada.
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