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06 setembro 2013

Forçosa Utopia

Time's up...
Muitos tombos nos aguardam. Muitos pedras nos espreitam.
Muitas batalhas nos esperam. Muitos motivos para entristecermos.
Barreiras a serem vencidas, ou perdidas.
E há segredos para não serem contados. Segredos para serem segredados.
Mas ainda assim, vale a pena viver.

A estrada é longa. A vida é curta. O tempo não é aliado.
A história nos devora. E há sempre alguém nos estudando.
Estudando o que fizemos, o que fazemos e o que faremos.
E tudo isso é assustador.
Bem assim, mas vale a pena viver.

Nos sentimos perdidos, e achados. Alguém quer nos encontrar, mas não deixamos.
Sentimos culpa, dor, ódio, medo, tristeza, dúvida. E tudo parece desmoronar. De uma só vez.
E acabamos esquecendo de uma coisa: a coroa da moeda.
A contra parte que nos faz sentir alívio, conforto, amor, coragem, alegria.
E é por isso que vale a pena viver.

Esquecemos de querer . Esquecemos de lembrar. Esquecemos de esquecer. 
Esquecemos de errar por querer. Esquecemos de acertar sem querer.
Optamos pelo fácil, tornando tudo mais difícil.
A idade avança. O relógio atrasa. A poeira cobre o manto ancestral.
Ainda assim vale a pena viver.

O passado adormece. O presente enlouquece. O futuro envelhece.
É complicado ser simples. Nada espera. Tudo impera.
O amanhã é um mero reflexo de ontem nas  dia de hoje,
Num espelho quebrado que reflete uma verdade distorcida.
Mas, mesmo assim, vale a pena viver.

Numa eterna busca pelo que encontrar, andamos.
Sem expectativa, mas com uma esperança inexplicável.
Juntos, em um monólogo coletivo, falamos de nós mesmos.
Com pessoas, e automóveis, e  mesas, e livros invisíveis.
E vale a pena viver.

Lemos latim falando em fé, sem saber no que crer.
Cremos que há um motivo maior, mas não sabemos e não nos interessa saber qual.
Mentimos por covardia ou ironia, e até por alegria, mas mentimos.
E tudo acaba no final, bem ou mal.
Por isso vale a pena viver.

Nos julgam as justiças, do homem ou não.
E nos culpam, nos absolvem, nos condenam. O tempo todo.
Pagamos pelos crimes que cometemos, e pelas promessas que cumprimos.
Somos responsáveis pelo que nos perguntam e pelo que não nos respondem.
Mas, ainda assim, vale a pena viver.

Catástrofes, cata-ventos, cadáveres, cadastros, cadeados.
Camaleões sem cores que nos contam como a vida é. Ou não é.
Simples metáforas que não nos ensinam nada de inculto.
E esperamos que tudo um dia melhore. Um dia...
E a canção continua, doce e mortal...Por que deve valer a pena...

(Anderson)

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