Mas
procuro
Busco por
algo que nem sei onde
Nem por
onde anda
Pelo
simples impulso da busca
Fazendo da
busca o próprio impulso
E ando, e
ando, e ando...
Pois se
paro nem sei onde estou
E menos
quem sou
Por isso
ando, e ando, e ando...
Sinto que
o faço em círculos
De um
início que vai longe
Tão longe
que ainda posso tocá-lo
Com um
final que está logo ali
Tão perto
que nem consigo vê-lo
E o tempo
se esvai enquanto busco
Buscador
que sou, ou que estou
Vejo os
segundos morrendo
Sem nada
poder fazer
Ainda que
queira, sem querer
Fazendo da
busca um pretexto
Desculpa
para seguir buscando
Enquanto a
inalcançável verdade
Impressa
em meu ser
Continua
como troféu aos fortes
Aos homens
de vontade férrea
Que não perdem
tempo buscado
Pois
enquanto nos elemos à procura
Perdemos de
vista o objetivo real
E o achado
se torna impossível
É então
que a busca e buscador
Em uma
amálgama inquiridora
Torna-se
uma prisão sem muros
Invisível
aos olhos da carne
Sofríveis
à visão da alma
Prendendo
o buscador à sua busca
Em um
ciclo sem fim
Qual cão
correndo atrás da própria cauda
Como um
vício incontrolável
Invencível
e sutil
Que ao
mesmo tempo que move
Aprisiona
e instiga
E em meu
barco, à deriva
Continuo a
ver ao longe uma silhueta
Num
horizonte distante
Em meio ao
nevoeiro
Ora me
alegra qual terra à vista
Ora me
assombra como um monstro marinho
E assim
vou
Andando,
remando, seguindo
Com a
inebriante e inventiva sensação
De um dia
chegar à algum lugar(Anderson)
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