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30 junho 2013

Sorria!

Sinta medo. Sinta a chuva. Sinta pena. Sinta frio. Sinta o sol. Tenha dúvidas.
Cante, fale, chore, corra, pense, grite, cale, extrapole.
Diga sim. Diga não.
Ame a si, ame alguém, ame o que faz, ame o que não faz, ame a tudo, ame a vida.
Sinta falta e mate... A saudade! Mas sorria!!! No fim é isso que vai contar.


Jogue, ganhe, perca, tente, de novo, e de novo, e de novo...
Não desista. Canse. Persista. Mais uma vez.
Não se conforme. Pare. Pense. Bata a cabeça, e parta para outra.
Deu tudo errado.  Comece novamente, desde o início. Desanime, mas não se entregue.
Está difícil? Então morra... De paixão! E sorria!!! No fim é isso que vai contar.

Assovie, critique, se exalte, vaie, se irrite, se entregue.
Faça a diferença, multiplique, não some, dividas os problemas.
Seja fraco, seja forte, seja humano, seja você. Seja um nada, seja o tudo.
Cale a boca, cale a alma, cale o mundo. Fique indignado.
Fique irado e atire... Pedras no riacho! E sorria!!! No fim é isso que vai contar.


Pule corda, pule o muro, pule a pedra, pule no abismo.
Corra risco, sinta a brisa, seja louco, seja sério, seja alguém.
Não deixa para amanhã, não diga mais tarde, não pense no ontem.
Siga o mestre! Siga para esquerda, siga seu caminho, faça seu caminho.
Feche os olhos e caia... Na gandaia! E sorria!!! No fim é isso que vai contar.

Ouça a canção. Cante junto. Cante sozinho. Cante alguém!
Dê-se ao luxo, caminhe apressado, olhe pra traz, olhe pra frente, olhe pra cima, olha quem fala!
Brigue, ofenda, magoe, machuque, detone.
Arrependa-se, peça perdão, perdoe, humilhe-se, se sinta ofendido... E brigue novamente!!!
Não tenha dó e bata... Palmas para a vida! E sorria!!! No fim é isso que vai contar.


Seja bom, seja mau, seja seu, tenha calma...
Seja culto, diga besteira, seja tolo, seja bobo, seja maliciosamente inocente.
Respire fundo, prepare o vôo e decole. Olhe para o azul do céu e delire.
Se emocione, se incomode, seja realista, seja sonhador, seja como for.
E não se esqueça de roubar... o coração de alguém! E sorria!!! Pois no final é isso que vai contar                                                                                    

(Anderson)

Os anos 80 e a inocência perdida

Essa semana realizei com minhas filhas uma "atividade" que vale a pena contar aqui. Sou nascido em 79, logo os anos 80 foram minha infância. Sou do tempo do pirocoptero, Bozo, Fofão, kichute e todas tranqueiras, definições e personalidades dos quais estão cheios os sítios saudosistas web a fora. Por isso não vou ficar citando trocentas coisas aqui. Só para situar e contextualizar a quem ler. 
Caverna do Dragão... Nada a ver com o nome original,
mas até que ficou bom!
Bem, indo logo ao ponto, o que fiz com minhas filhas foi sentar-me no sofá de casa e assistir a um desenho animado que fez um enorme sucesso no Brasil nessa década. Para mim foi bem emocionante. Nostálgico, com certeza! Era o Dungeons & Dragons, mais conhecido por aqui como Caverna do Dragão. Para quem interessar, deixarei ao final da postagem um link bem completo sobre a série ( que foi uma jogada de marketing para vender um produto de RPG, e não apenas mais um desenho qualquer).
Não me dei conta  do que estava se passando enquanto assistia, a não ser pela gostosa sensação das lembranças felizes que vieram à tona trazidas por rever um desenho pelo qual eu era apaixonado. Mas fiquei observando minhas filhas, Isabela e Beatriz, de seis e quatro anos respectivamente, e suas reações. A menor, que na verdade vai completar quatro anos só em agosto, não entende direito o que acontece. Mas a grande já interage, e ficava o tempo todo me perguntando o que ia acontecer em seguida, porque o cavaleiro falou isso, porque o mago fez aquilo. Vidrada! sabe, não há nada de especial nesse desenho. Nada de transcendental, ou com grandes lições de moral. Em verdade é uma produção bem simples e objetiva, com um enredo infanto juvenil objetiva e até simplória, direcionada à fãs de RPG. Mas foi justamente esse detalhe, a simplicidade, que me fez refletir. Como a simplicidade está fora de moda, não concordam? Bom, pelo menos eu acho que sim. E não que eu seja um cara simples, que não se adapta ao nosso veloz mundo contemporâneo... Até pelo contrário, penso que já estou mais além do limiar da simplicidade crucial... Mas fiquei a observar minhas filhas. Com a idade da maior, eu possuía uma inocência incipiente, natural. Como praticamente toda criança. Inda mais do interior!E... Não que ela não possua essa inocência, mas é diferente, sei lá... É uma inocência afetada, maculada. Pode parecer exagero, mas é assim que sinto. Vejo elas interagindo com meu PC, em joguinhos "inocentes" de colorir ou voltados para crianças da idade delas ( só no domingo, que fique claro!) mas... Até que ponto isso pode ser qualificado de inocente? Será que toda essa tecnologia que nos oferece o mundo moderno, esses luxos, facilidade e confortos hi-fi, ou hi-tech, tanto faz, pode resultar em algum tipo de benefício real? "Ah, tem que por limites", alguém pode dizer. Ok, claro. Eu mesmo imponho limites, mas, isso é o suficiente? Onde foi parar a simplicidade, a pureza das coisas? Cadê as cantigas de roda, brincar de casinha, faz-de-conta, pega-pega ? Onde foi parar a imaginação das crianças? Talvez esteja matriculada em alguma escola de ensino fundamental, junto com as crianças de  três e quatro anos, as quais deveriam estar, na pior das hipóteses, em uma creche, mas de preferência junto da mãe. Ou quem sabe em algum cursinho de língua estrangeira ou   escolinha de futebol ou GR ou balet... Mais provável que esteja hipnotizada, petrificada em frente a um televisor assistindo Phineas e Ferb ou My Litlle Pony...
Sabe, as vezes olho para crianças de seis, sete anos com celulares nas mãos, as vezes notebook e até tablets! Isso aqui, no interior onde vivo, imagina nos grandes centros urbanos, e não consigo deixar de sentir pena desses pobres infantes. Isso inclui minhas filhas, principalmente quando as vejo em frente a tv, inertes. Me dá uma tristeza... Tristeza, sim, pena, por tudo o que elas perderam e perdem. Por muitas não saberem de onde o leite vem. Por nunca terem tomado banho de chuva pulando em poças de lama. Por não verem a magia de uma casinha na arvore, ou por nunca terem brincado com uma boneca de pano com olhos de botão ou um carrinho feito com madeira velha e pregos enferrujados. Mas quem precisa disso, se hoje temos filmes 3D, Playstation 4 e Kinect, não é mesmo? 
Em todo caso, fiquei feliz sim e emocionado, quando dois dias depois de assistirmos o primeiro episódio de Caverna do Dragão, a Isabela me chamou e disse "Papai, vamos assistir aquele desenho que você assistia quando era criança?" Bom, quem sabe a simplicidade ainda possa ser redescoberta? (...)


29 junho 2013

Inevitável...


Chegada a última hora
Eis que o homem em seu forte
Ante o poço que se apresenta
E na esperança que se ausenta
Confronta sua algoz consorte

Entre prantos e lamentos
Num mais que infame chavão
Desmorona em desespero
Mudo, calado, cabreiro
Gritos ao som de um trovão

Sem ter a quem condenar
Se auto condena inconsciente
Ou será consciente a sentença?
E isso importa? Pura crença!
Cativo da própria mente

Em ira implode voraz
Com ganas de um glutão
Julga, critica, esbraveja
Qual fariseu apedreja
Quem quer que venha a visão

Qual ilha perdida ao mar
De tudo alarga a distância
Compartes, estranhos e iguais
Nivelados sem menos, sem mais
O único esforço em constância

Da força somente a noção
Rico em balda e fraqueza
Letrado em mediocridade
Mestre de tosca vaidade
Ínvido da arte e beleza

Nos autos de sua história
De pouco há que se orgulhar
Atos mornos e poltrões
Nada além de obras padrões
Altivez na voz e no olhar

Em tempos idos saudosos
Todavia e no entanto
Primaveras de entusiasmo
Em descontínuo marasmo
Afloravam sem muito espanto

Com natural inocência
E sorriso inda pueril
Um ordinário mestrado
Por sonhos impulsionado
De pensamento infantil

A cada alvorada nascida
O crepúsculo por intenção
Sem qualquer planejamento
Por referência o momento
Da vida simples peão

E assim seguia incauto
Com a astúcia de um tolo
A ignorância por direção
Sua benção maldição
 Dos fracos triste consolo

Eis que em algum momento
Da jornada desconhecida
Todo aquele dito mortal
Catedrático ou boçal
Compõe a mesma medida

Doutos de mentes torpes
Rompantes de falsa luz
Nem estes inconvenientes
Com suas almas dementes
Se livram da magna cruz

E em cruz, já que em voga
Fica o clássico exemplo
Destes forçosos instantes
Quando até os mais confiantes
Tremem no umbral do templo

Por natural seleção
A fuga, revés ideal
Não consta na lista de opções
Confiando assim as ações
Ao "Ser ou não Ser" literal

Pois esta, nobre amigo
Salvo falta ou excesso
É a verdade mais gritante
Do vulgar ao importante
A que se pode ter acesso

De todas as coisas da vida
Que o homem possa aprender
Duas são livres da sorte
A hora de nossa morte
E o empenho de escolher

(Anderson)

Who am i? I'm Spiderman!

Qual seria o objetivo de um buscador perdido? Como ir a algum lugar se nem sabemos onde estamos? Qual o sentido da vida? De onde viemos, para onde vamos...Deus existe? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Cômico... Mas é um dos mistérios do universo, acreditem. Não estou aqui para responder a nenhuma destas milenares e redundantes questões. Nem para discuti-las, em verdade. Bem provável que acabe por levantar mais dúvidas ainda...
Salpicar um pouco de ironia contemplativa (acabo de inventar esse termo!) e destilar opiniões formadas em bases ignóbeis por uma sociedade fútil, instável e rasa é fácil. Quero ver é alguém manter a imparcialidade num mundo erigido em pilares de valores múltiplos, imprecisos e tendenciosos, onde definir certo e errado é tão complexo quanto escolher um time de futebol. Ou pior, um partido político. Antigamente usaria o termo ideologia política, mas hoje tudo é muito mais "dinâmico". Interesse é a palavra de ordem, o resto é periférico. 
Fico imaginando se Maquiavel, atual que é, um dia imaginou que estaria tão em voga quanto está. Sim, pois, nunca na história da humanidade (história conhecida, fique claro!) os fins justificaram tanto os meios... Pena que a conjuntura do cenário seja tão difícil de interpretar. Bom, duvido que algum líder, seja político, religioso ou mesmo o síndico do meu prédio, tenha sequer lido O Príncipe. Mas ai já é exigir de mais, concordo. E há aqueles que leram. E não entenderam. Mas pensam que sim! E há os que leram, e esqueceram. Assim presumo...
Qualquer semelhança é mera coincidência...Sério!
Nada é que já não fora um dia. Nem nada será que já não seja hoje. Filosofia barata, concordo. Mas é bem assim. Na simplicidade podemos encontrar a respostas ( olha o cara falando em  respostas ai de novo...) para praticamente tudo o que é complexo. Não vale para álgebra linear ou afins. Só para frisar: não, eu não encontro respostas tão facilmente quanto discorro sobre as mesmas. Mas é interessante ter sempre em mente que não sabemos tudo. Ou, mais precisamente, que sabemos nada. 
Coisas que vocês ( no plural, presumindo que mais de um irá perder tempo aqui...) precisam saber sobre mim: sou crítico por natureza, tenho falhas de caráter (que influenciarão bastante o que possa vir a escrever aqui) e sou fã incondicional dos parenteses ( e não parentes, quanto à estes sou reservado e seletivo!) ( ), das apas "" e principalmente das reticências ... , as quais utilizo como forma de representação da dúvida, que considero crucial para qualquer ser humano que queira distanciar-se de uma vida vegetal, e que é tão presente e substancial nessa minha existência e com certeza maior do que minhas certezas, quase inexistentes. Não por menos considero a dúvida uma verdadeira dádiva, desde que seja o gatilho para a descoberta, e não a base de uma vida. Ou talvez seja uma maldição, vai saber...
E por fim, esconder-se atrás de máscaras hoje é o mais comum do que no tempo do aranha, o dos quadrinhos. E só para explicar a razão do título, se temos que usar máscaras para falar e fazer coisas em público, que fique claro qual máscara eu usaria. Não é minha foto essa ai em cima, mas poderia ser!