Estas rimas dedico ao meu grande professor gaudério, Valdir Uez.
De certo que lá no início
Em algum tempo... Com certeza. |
Do entrevero que fulgura
Era o afeto o nosso ofício
Pois não pode que a
amargura
Essa diaba sem candura
Fosse um anseio vitalício
Saudosista até rebusco
A memória já olvidada
Das coxilhas lusco-fusco
Dos ginetes na invernada
E até as próprias
pataquada
No bolicho do João Cusco
Nos falsetes de um sorriso
De um gaudério macanudo
Se aprumando sem aviso
Nas melenas de um crinudo
Vejo um guapo rechonchudo
De a cavalo no improviso
Bendita saudade campeira
Que em manotaço me dá vareio
Das tardes de polvadeira
Gineteando no pastoreio
Num gavião livre de arreio
Com um oigaletê porquêra!
Com um oigaletê porquêra!
Inda posso ouvir ao fundo
O velho bugio roncando
Dando vida a esse mundo
Onde o taura vai peleando
Índio guasca, gauderiando
Nesse pampa moribundo
Saudades de uma época que nem vivi. Não nessa vida... |
Mas me falta solvência
moral
Pra querer dar de patrão
E é no lombo de um bagual
Que vou num dito ao rincão
De poncho e relho na mão
Campeando meu leito final
E de lambuja, deixo aqui
Esses causos de campanha
Que de certo nem vivi
Mas trago n’alma as façanhas
Formosas, porém estranhas
Das lembranças de um guri
(Anderson)
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