Ebenezer Scrooge: "Agora chegou sua hora, chegou sua vez você vai pagar..." |
No entanto, o que realmente despertou em mim a vontade de explanar algo sobre o natal aqui, foi um post com o qual me deparei outro dia no famigerado facebook. Resumidamente ele dizia que somos hipócritas por achar um absurdo ter que explicar aos nossos filhos o que é um casal homossexual ao passo que achamos normal explicarmos o que é o Papai Noel. Detalhe é que não citava o nome Papai Noel em momento algum, havia apenas uma foto de fundo dele no post em forma de cartão, e a referência à ele era "um homem imortal em uma roupa vermelha que mora no polo norte e viaja o mundo inteiro em uma noite num trenó puxado por renas mágicas voadoras". Ok. Obviamente quem postou isso originalmente é claramente à favor do homossexualismo, e por mais que me coce os dedos, não vou entrar no mérito dessa polêmica contemporânea. O que me chamou a atenção de fato foi a maneira com que a pessoa abordou o mito do Papai Noel. Não me lembro ao certo quando deixei de acreditar no bom velhinho, provavelmente com uns oito ou nove anos, talvez aos dez, mas sei que na tenra idade eu acreditava. Hoje, uma criança com esta faixa etária que acredite em Papai Noel é considerada praticamente uma aberração, tanto por crianças quanto pelos adultos. É sim, não é exagero! Talvez não seja regra geral, até porquê sempre há exceções, mas na grande maioria dos casos é assim que funciona, e a prova cabal disso é justamente essas manifestações nas redes sociais como o post que citei acima, ridicularizando uma tradição milenar em prol de uma ideia modernista deveras controversa, numa espécie de manipulação da opinião pública com base em tendências modais tão tênues quanto os argumentos que alicerçam sua estruturação.
Se apreciar boas fábulas é ruim, me considero um verdadeiro pervertido |
Acho interessante nos atermos à estes conceitos novos que estão nos apresentando às toneladas todos os dias, principalmente no que concerne às crianças. Mas acho ainda mais interessante (e assustador!) como não vemos ( olha os cegos imediatistas ai...), e na verdade sequer nos damos conta de como tudo está relacionado. A velha lei da ação-reação, ato-reflexo, causa e consequência. Peguemos as crianças como exemplo, já que as citei. Considero de suma importância a educação infantil, principalmente até os sete anos, que seria o período mais contundente na formação da personalidade e do caráter da pessoa, segundo especialistas. E o que vemos hoje em dia é aterrador, para não dizer outra coisa, quando observamos o comportamento das nossas crianças por ai a fora. Todos se entristecem e se chocam (não o suficiente, eu diria pelas reincidências que não cessam) ao presenciar uma criança mal-educada, birrenta, mal criada, e afins dando o seu show. No entanto, poucos de nós nos damos conta de como nós mesmo somos os influenciadores, os formadores desses pequenos futuros grandes problemas. Sim, pois se achamos a coisa mais normal do mundo que eles assistam novelas, filmes violentos e desenhos inapropriados ( na nossa companhia ), se achamos que não tem nada de mais em criar uma conta de rede social para uma criança de seis/sete anos, se não impomos limites de horários ( nem para dormir!), se dar uma palmada corretiva é crime, se ensinar um labor é abuso ou escravidão, se entupir de brinquedos é o mesmo que dar atenção, se achamos que tem que ir para missa ou para o culto mas nunca paramos para fazer uma oração sequer junto ao pé da cama com eles, se saber o hit do Michel Teló é legal e não saber a tabuada é normal... Bom, sinceramente minha gente, tem algo de muito errado em tudo isso. As crianças estão perdendo a inocência. Na verdade estamos comprando, roubando a inocência delas, trocando por tablets, note-books, video-games e celulares.
Não há mais crianças precoces, o que existe é uma cultura pop (podre) "teen" precoce. É claro que, com essa premissa e com grande parte da sociedade apoiando, fica muito mais fácil explicar à uma criança que uma união homossexual é apenas "duas pessoas (do mesmo sexo, se alguém ainda não sabe...) que se amam" do que ter de se esforçar um pouco para contar-lhe uma fábula inocente sobre um velhinho que presenteia às crianças (que se comportaram) de todo mundo, dando à criança a oportunidade de se familiarizar com a importância de sentimentos como o de partilha, altruísmo, benevolência, amor, compaixão, etc. ou seja, sinalizando como uma bússola moral, que com certeza influenciará na formação do caráter da pessoa. Obviamente, coloquemos o materialismo no seu devido lugar, aos apressado que possam vir com seu discurso de que "natal e Papai Noel são apenas agentes do consumismo moderno". Você precisa realmente dar aquele i-phone para seu filho? Por que não experimenta dar um carrinho ( nem precisa ser hot-wheels) ou uma boneca de pano? Isso dá trabalho, sabe, fazer algo útil. Temos que usar a imaginação, e instigar a deles. Dá muito mais trabalho do que simplesmente desvelar toda uma realidade que, de uma maneira ou de outra, virá à tona, mas ao seu tempo.
Cuidado: Cenas fortes... |
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