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15 março 2015

REBELDES, DO CONTRA E NEUTROS. A fórmula do caos!

ATENÇÃO! Se você não tem a mente aberta e pré-disposição para mudança, pare aqui e não leia este artigo.



Se até as Forças Armadas estão pedindo ajuda,
acho que eu não sou tão "exagerado" quanto dizem...
Hoje, 15 de março de 2015, participei pela primeira vez de uma manifestação pública. Todos
sabem do que se trata, foi a manifestação realizada em diversas cidades do país com vários intuitos, na verdade. Desde Impeachment à reforma política, haviam pessoas reivindicando vários direitos, mesmo que todas as reivindicações girassem em torno da má administração do governo atual. Eu mesmo estava com um cartaz que um rapaz me entregou, que dizia simplesmente S.O.S  F.F.A.A. Para quem não sabe, essa sigla significa Forças Armadas (a repetição do F e do A é para alegorizar o plural), ou seja, uma pedido de socorro das nossas sucateadas e falidas forças armadas. Como não acredito em coincidências, achei bastante apropriado, para mim, estar com esse cartaz, pois a cada dia que passa não vejo solução para essa balburdia instaurada a não ser com a intervenção militar. Mas esse não é o foco deste post.
Confesso que ando com os nervos a flor da pele ultimamente, e esta situação que estamos atravessando no país (ou, por que não dizer, no mundo) tem me afetado bastante. E, ainda que isso também esteja afetando mais gente, parece que não é o suficiente para afetar ou acordar a maioria das pessoas. Tenho uma opinião sobre isso tudo: o Brasil é muito grande, e por isso nunca vão conseguir administra-lo de forma eficiente! E a prova disso é essa divisão que existe em cada canto do país. Aqui mesmo, em Toledo, no interior do estado, onde por mais que hajam problemas ainda estão distantes da gravidade da situação das grandes metrópoles, podemos ver isso. Hoje percebi que realmente esta situação controversa não tem grandes chances de acabar bem. Não sem coisas tristes acontecerem... Digo isso pois fiquei deveras desapontado (mais ainda...) quando percebi que as pessoas simplesmente estão tão acomodadas em suas zonas de conforto que sequer se dão ao luxo de tirar a bunda do sofá para participar de uma passeata. E não estou falando daqueles que se mantém em “cima do muro” ou mesmo a favor de toda essa zona. Estou falando daqueles que no dia-a-dia também ficam se queixando e falando que precisa fazer alguma coisa e, bla,bla,bla, mas que hoje sequer saíram da frente da televisão, não largaram seus copos de cerveja, seu futebol ou qualquer que fosse seu motivo particular que era mais importante do que a situação crítica da nação. E aqui muitos (ou nem tantos, se levar em conta a “baixa audiência” do blog...) irão me achar exagerado, dramático, etc., etc. Lhes afirmo categoricamente que não sou exagerado. Você talvez é que não tenha tomado tanta pancada na cabeça, por tanto, nem lhe culpo por não alcançar minha loucura percepção.
Brincadeiras à parte, o que quero dizer é o seguinte: há basicamente (eu disse basicamente, e não apenas!) três tipos de pessoas se manifestando sobre tudo isso. Os primeiros são os REBELDES, seres realmente incomodados e inconformados (like me!) que não ficam pensando no que podem perder, mas no quanto tem a ganhar se as coisas mudarem, independentemente de ser proletariado ou empresário bem sucedido (ainda que estes últimos são bem... “discretos”). Há os REBELDES de nascença, aqueles que já vem chutando o pau da barraca desde o ventre da mãe, estão em tudo quanto é manifestação, não levam desaforo pra casa, e há aqueles que são moldados, forjados ou “cagados” no decorrer da vida (eu faço parte deste segundo subgrupo. Tanto que ainda cheiro a estrume...) São do tipo que acham que deve haver mais ação e menos discussão. Depois vem os DO CONTRA (atenção: não confundir um REBELDE com um DO CONTRA. São seres diferentes em origem!). E ai entram desde aqueles que foram à manifestação do dia 13 com suas bandeiras vermelhas (comprados e vendidos, tinha dos dois), até aqueles que pensam (e as vezes dizem) que as coisas “não estão tão ruins como dizem”, e ficam achando argumentos embasados em dados sem pé nem cabeça, de fontes que nem eles mesmos sabem, apenas para defender seus interesses próprios, ou seja, suas vantagens adquiridas nesses últimos doze anos, por exemplo. E por último, mas não menos importantes (#SQN), os NEUTROS. Os sem sal, mornos, mais ou menos, os sem graça, os tanto faz como tanto fez, os “coluna do meio”. São os espécimes exemplares mais comuns dos “50 tons de cinza” do egoísmo humano. Sem ofender! Não falo com intensão pejorativa, mas é preciso exemplificar, afinal, em algum grau, todos somos egoístas. Nessa classe estão aqueles que não se manifestam, não se envolvem, não dizem sim nem não. São praticamente invisíveis! As vezes até penso que estes nem sequer vivem na mesma dimensão que eu! Ou pelo menos não no mesmo país... Preferem observar, como boas ovelhas, o andar da carruagem que se dirige inevitavelmente para o abismo. Desde que haja feno e água à vontade, seguirão cegamente a manada. Preferem pagar mais caro do que encarar uma situação “desconfortável” (leia-se: dão um boi pra não entrar numa briga e uma boiada para sair, caso entrem equivocadamente, claro!) E vez ou outra, os componentes deste tipo acabam cruzando as fronteiras das “classes” e ficam um tempinho na banda dos DO CONTRA, só por uns instantes, tempo suficiente para soltarem alguma pérola sobre “como tudo isso é inútil, como estão perdendo tempo, como só sabem reclamar”, etc., etc. Raramente se vê um NEUTRO indo para o lado dos REBELDES, até por sua natureza “pacífica”. Mas pode acontecer. Antes que me taxem de hipócrita, imbecil, preconceituoso ou outros adjetivos agradáveis como estes, deixo claro que estes últimos, os NEUTROS, eu até respeito. Desde que fiquem com sua postura impecável. Não quer se envolver? Tudo bem, é direito seu. Só não me venha com lições de moral e teorias pseudo socialistas para argumentar a favor de interesses pessoais próprios, falando de uma realidade que eles próprios não vivem! Pode esperar que ai vai dar pau (no bom sentido, claro!)
Eu, Jacson "Hemmas"' Bervian e
Marcos Cavasini. Rebeldes encausados!
E o que hoje me fez entristecer é perceber como é difícil ser um REBELDE. Sim, pois, me surpr
eendi com o povo que disse que ia pra rua e coisa e tal, mas na hora H, não deu coragem. Como já falei, aqueles que se declararam NEUTROS ou DO CONTRA, eu já sabia que não se manifestariam. Entretanto, quando percebi que aqueles que eu pensava terem pelo menos um pouco de REBELDES eram (são...) na verdade uma quarta classe, que eu desconhecia, mas que em verdade acho que sempre existiu... São o que eu chamo de COVARDES. E se fosse para fazer um ranking, eu colocaria essa classe em primeiro lugar tanto em quantidade quanto em nível de periculosidade. São perigosos sim, pois quando você conta com alguém para fazer algo e esse alguém diz que vai fazer e chega na hora e não faz, nem aparece, isso não é apenas frustrante e decepcionante, mas as vezes pode ser vital. Falo isso de cadeira, pois já decepcionei muita gente nessa vida e hoje pago por isso, e parece que agora é a minha vez de ser “largado na mão”. Enfim, esse é o grande mal da nossa nação, um mal que pode ser encontrado em praticamente toda parte do mundo, mas que aqui no Brasil parece que ele tem seu potencial otimizado pelo nosso “jeitinho brasileiro”. Estou falando do egoísmo humano, dessa moléstia de origem psicossomática, que está impregnado na nossa essência e que afeta a todos nós e que está acabando com a humanidade, e nem é aos poucos, é aos safanões mesmo, com velocidade de trem bala. Digo isso pois esta é a explicação mais plausível para a existência de classe de COVARDES que vemos por aí. Em verdade, eu mesmo me sinto um COVARDE em muitos momentos, pois sinto que podia (e devia) estar fazendo mais pelos outros, pelo próximo ou pelo distante. Pelos entes queridos (poucos) ou nem tanto (hum... muitos). Pela sociedade. E quando me ouço (ou “me leio”) dizendo isso, parece tão utópico que me dá mais tristeza ainda...

Talvez não faça diferença em 30 dias.
Mas vamos ver daqui a 10 anos!
Sei que uma manifestação não vai mudar nada. Sei muito bem que um andorinha sozinha não faz verão e sei do que precisamos de verdade que, como já estou cansado de ouvir, é a tão famigerada reforma política e judiciária, e que o impeachment, que apenas trocaria um fantoche por outro, praticamente não faria diferença. Mas enquanto estivermos presos aos nosso temores, acorrentados aos nossos confortáveis grilhões sociais de nossas tão queridas zonas de conforto, nada acontecerá. Como disse um velho amigo, o problema é cultural, e educando nossos filhos corretamente já é um começo. Mas reitero, não é suficiente, a menos que desprezemos completamente a realidade e esqueçamos que nossos filhos estarão inserido nesse mundo caótico. Eu quero um futuro melhor para minhas filhas, não apenas que elas sejam boas cidadãs. A história comprova, bons cidadãos em meio ao caos, são os que sofrem mais (e creio que somos prova disso...), por isso não ficarei apenas no discurso. Não mais. Pois, ao contrário do que pensam alguns, hipocrisia é falar e não fazer. Fazer algo, mesmo que não se obtenha sucesso, não me faz um hipócrita. Agora, esperar que as coisas
melhorem ou insistir que “não está tão ruim”, isso sim é questão de hipocrisia. Não acredito no mal essencial, pelo menos não entre nós mortais. Tudo o que fazemos, falamos e pensamos tem origem na autopreservação, mas infelizmente essa autopreservação atua de maneira diferente em cada um. E a maneira mais comum com que ela se manifesta hoje é esse egoísmo, disfarçado com seus trocentos argumentos, sejam eles intelectuais ou não, sempre “justificáveis”. Enfim, Não quero ofender e nem declarar guerra a ninguém com tudo isso. Mas espero sim mexer com o brio de quem estiver lendo isso aqui. Espero do fundo do coração que as pessoas ao menos reflitam sobre suas condições reais e que percebam que esse verniz social que recobre nossas vidas não passa de mera ilusão. Não existe o EU. Só o NÓS é que faz alguma diferença.

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