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22 março 2015

Se não penso, logo desisto.

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Quem está pensando aqui?
Em meio a devaneios e pensamentos de indignação, os quais venho tendo com frequência ultimamente, me dei conta de uma coisa bem interessante (para mim, ao menos). Há algumas verdades, ou realidades, das quais só nos damos conta quando às  protagonizamo. Não, não vou falar aqui de realidades metafísicas ou espirituais (então nem precisa torcer o nariz...). Falo de coisas práticas mesmo, do nosso cotidiano material. Nos contam, nos falam, ouvimos dizer, lemos a respeito, todos comentam e opinam e até vemos, bem ali do nosso lado vez ou outra. Ainda assim, parece que toda essa “teoria” de caos social, que por acaso está em voga atualmente, não passa de... Teoria! Sim, pois vira e mexe vejo (e até faço, ok) discursos inflamados sobre desigualdades e injustiças da nossa sociedade. E é gente descontente com governo, classes inteiras “revoltadas”, manifestações aqui, gritos de guerra acolá. Sou franco em declarar que me compadeço disso tudo e compactuo da maioria dessas ideias revolucionarias (encausadas, que fique claro!) que pregam a mudança e o bem coletivo maior. Eu realmente vejo que não há ou haverá meios pacíficos (ao contrário do que me disse uma pessoa outro dia, participante de um movimento que vou resumir a “mais oração e menos ação”. Respeito, mas já não concordo) para alcançar a tão sonhada igualdade entre os indivíduos. Entretanto, o que vejo na prática é apenas uma comoção ocasional e inconstante, tão intangível quanto o efêmero mundo virtual que toma conta de nossas vidas atualmente. Escândalos de corrupção eclodem por todos os cantos, a marginalidade cresce vertiginosamente tanto nas capitais quanto nos interiores. O descaso por parte dos governos, sejam eles federal, estadual ou municipal, quando não é simplesmente ignorado, como se fosse normal, é absurdamente justificado com desculpas tão esdrúxulas quanto suas atitudes anticonstitucionais.  Órgãos públicos, como a polícia, receita federal ou INSS, apenas por exemplo, estão todos falidos e sucateados, tamanha a negligência com que foram administrados por anos a fio. Nem vou entrar no mérito das nossas “renomadas” instituições financeiras, os populares bancos, que só fazem alargar ainda mais todo esse caos, tão podre e desleal são suas atividades e políticas (e antes que algum bancário de plantão levante a mãozinha em protesto, não estou falando aqui apenas dos financiamentos suicidas ou dos abusivos juros cobrados em qualquer transação financeira. Falo de toda a sujeira que eles intermediam e até mesmo financiam mundo a fora...) Enfim, poderia encher páginas inteiras com todos os erros grosseiros de nossa sociedade, mas tenho certeza de que todos sabemos do que estou falando. E isso é só o começo.
Curtir ou não curtir? Eis a questão!
(profundos esses dilemas contemporâneos...)
As pessoas, nós, hoje, adstritos que estamos, nos limitamos a apenas (quando o fazemos...) dar um “curtir” nas redes sociais naquilo que achamos, sei lá, talvez... Interessante. Uma discussão inútil aqui, outra ali de preferência regada a uma cervejinha, é o auge do que possa acontecer. Por mais grave, urgente ou mesmo absurda que seja uma notícia, nada mais parece nos afetar. Tenho a nítida impressão de que vivemos todos embriagados, anestesiados, entorpecidos pelas praticidades e facilidades da vida moderna. Enfeitiçados pelos encantos oferecidos pelo mundo contemporâneo, cegados pela rapidez do “trem bala da vida” que nos nega a visão real do que está acontecendo. Eu até imaginei algumas notícias sendo dadas sem o “filtro da conveniência” com que elas usualmente vem até nós. Por exemplo: “Grupo de pessoas inescrupulosas que se autodenominam representantes do povo brasileiro desviaram milhões da maior estatal do país chegando a quebra-la e alguém precisa pagar a conta, por isso o combustível vai aumentar horrores”. “Energia elétrica sofre aumentos absurdos e abusivos por que o governo não soube administrar uma situação que se desenhou a décadas e um problema que vem se arrastando pelo mesmo tempo”.  “Empresas, quase todas multinacionais, de prestação de serviço, tipo telefonia, tvs a cabo e etc., abusam e roubam seus usuários por que a legislação do país é falha e ineficiente, sem falar que os responsáveis pelo cumprimento da lei são omissos. Isso quando não são os donos das ditas empresas”. “Povo brasileiro vai para o livro dos recordes como nação com maior índice de imbecilidade per capita de todo o mundo. O número beira os cem por cento”. E por aí vai. Mesmo assim, tenho sérias dúvidas se isso faria a diferença em quem escutasse ou lesse as manchetes...
Não existem (ou existe poucas) pessoas de fibra e decididas a encabeçar mudanças verdadeiras por aqui. E sabem porquê? Porque o brasileiro é um povo originalmente acomodado. Todos nós, sem exceção, somos mal acostumados, preguiçosos, folgados, em maior ou menor grau. O Brasil é um paraíso, numa visão geral, se comparado com praticamente qualquer outra nação do planeta. E antes que me apedrejem (como se eu ligasse...), é claro que há as exceções na regra, tipo as favelas do Rio de Janeiro ou mesmo o sofrido povo nordestino. Concordo que lá não deva ser
exatamente um paraíso. Mas não nos esqueçamos que estas pessoas que se encontram nessas situações, muitas vezes deploráveis, são simplesmente resultado desse sistema corrupto e falido que rege nosso país! No geral, o Brasil é sim um elefante branco, um território de terras férteis, clima tropical agradável, não é acometido por desastres naturais, não estamos situados sobre fendas geológicas, temos praias paradisíacas, matas ancestrais... Enfim, teríamos tudo para dar certo. Mas qual seria o nosso problema afinal? Elementar, meus caros Watsons. O mal do Brasil é o brasileiro! Como já disse, somo um povo “largado”. O ser humano no geral hoje está em uma situação de decadência tamanha que chega a deprimir, entretanto, o brasileiro, com seu “jeitinho”, parece conseguir piorar ainda mais esse estado. Com toda esta situação que se encontra o país, tudo explodindo, e parece simplesmente não chegar dentro de nossos lares! Sim, parece que tá só na televisão, que é “só lá em são Paulo”. Corrupção? Isso é coisa lá de Brasília! “A gasolina tá cara, é verdade, mas ainda to conseguindo abastecer o carro, então vamos tomar uma cerveja!” “Porra, como minha luz aumentou! Vou ter que usar menos o ar condicionado. Mas enquanto der pra ligar a tv e a geladeira, pra gelar a cerveja, vamo levando”. “Puta merda, esse dólar ta matando! Desse jeito não dá mais pra ir no Paraguai (por enquanto!) pra comprar tranqueiras importadas. Talvez só minhas cervejinhas de trigo.” Que bosta esse IPVA, cara! Você viu que absurdo? Bom, enquanto der pra tomar uma breja vá lá!” Usei a cerveja, mas podem colocar ai qualquer outra futilidade que o resultado é o mesmo! Engraçado, né... Só que não.  E me incluo nessa turma ai. Não sou diferente. Sou acomodado também. Apenas reclamo mais que a maioria, eu acho. Tanto que estão escasseando os meus ouvintes... E isso tudo não vai mudar tão cedo, tão fácil. Não pacificamente.
É pedir demais, eu sei...


 Eu sempre digo que os europeus e os asiáticos (principalmente Japão e China) levam duas grandes vantagens sobre os povos americanos, em especial os latinos. Mais precisamente os brasileiros: a primeira e a segunda guerra mundiais. Não estou fazendo apologia à guerra aqui nem dizendo que é algo bom, apenas estou sendo realista e citando um conceito universal. Não me refiro a nada mais do que a formação da consciência daqueles povos. O sofrimento nas guerras ficou no DNA daquela gente, e passou de geração para geração, formando assim pessoas com um pensamento mais holístico, menos individualista, que sabem o que é perder tudo, que sabem da importância de reivindicar seus direitos, de lutar pelo que é seu. É claro que hoje há nações na Europa que estão passando por sérios problemas, sejam eles econômicos, sociais, políticos ou de outra ordem qualquer. Sendo eles o velho mundo, têm velhos problemas para lidar, desde a exaustão de seus recursos naturais até problemas demográficos, entre tantos. Mas a questão a que me refiro, repito, é a consciência das pessoas. E não há como negar que hoje elas são, digamos, “mais esclarecidas” pois são mais sofridas. O fato de estarem pagando por seus erros do passado, como acabar com seu meio ambiente, já é outra história. Aqui se faz, aqui se paga. E logicamente que há pessoas ruins e mal intencionadas em qualquer lugar do planeta, não é diferente por lá. Entretanto, há menos leis lá e elas funcionam! Há menos políticos e mais fiscalização! Há corrupção mas também há punição. Enfim, acontecem muitas merdas lá, mas a impunidade não é algo “comum e corrente”, como aqui, e o povo sabe se posicionar. Ao passo que aqui... Bem, aqui a corrupção vem de casa. Desde uma “sky gato” à uma sonegação no imposto de renda. Um “café” pro policial rodoviário ou uma “molhada na mão” do fiscal da vigilância sanitária. Tudo isso é corrupção. Barganhar algo com nosso filho, do tipo “faça isso ou não te dou aquilo”, não deixa de ser corrupção. E tudo isso está no nosso dia-a-dia, no nosso cotidiano, no nosso sangue. Mais uma vez, é claro que há as exceções à regra, mas são e estão se tornando cada vez mais raras, principalmente nessas novas gerações que estão aflorando. E voltando ao início do texto, é aqui que se encaixa a questão sobre as realidades que vivemos X as realidades que apenas conhecemos (e as vezes nem tanto, dependendo de nosso grau de ignorância!). Não sei se conseguem perceber, mas está claro que nada vai mudar enquanto nada acontecer! Parece estúpido dizer isso, mas é a pura realidade. Enquanto a gasolina não custar cinco, ou sete ou dez reais o litro, nos deixando sem condição de abastecer nosso veículo, nada faremos, independentemente de ser ou não justo. Enquanto nossa conta de energia não chegar em trezentos, quinhentos ou mil reais (para aqueles que já não chegou, claro) e
Bem assim!
#SQN
ainda pudermos ligar nossa tv para assistir UFC ou noticiário e enquanto nossa geladeira estiver funcionando (nem vou falar do ar condicionado...), vamos continuar pagando a conta dos outros! Compreendem? Ou talvez, quando implementarem mais alguns impostos, do tipo “imposto sobre passos dados”, ou “imposto sobre minutos vividos”, ou quem sabe” imposto sobre sorrisos” ai quem sabe acordemos. Estamos todos com o FUCK
MODE ON, e nem nos damos conta... Não nos damos conta de que quem vai sofrer as consequências desse “modo foda-se” ligado no automático somos nós mesmos, nossos filhos. E realmente não sei o que é mais frustrante, o fato de sequer sermos capazes de perceber o sofrimento alheio que agride explicitamente nossos olhos ou o fato de não percebermos o nosso próprio sofrimento. E pior, de confundirmos nosso sofrimento condicionado, com nossa “Indulgências” compradas a preços de ouro, com felicidade. Mas, enfim, brasileiro que sou, espero que pelo menos não aumentem o preço da cerveja, que do resto damos jeito. Afinal, “eu to me virando. To fazendo a minha parte”. Não é assim?


Não. Não é assim. Sabem o que nos falta? Nos falta sofrimento. Pois, citando um dito sábio e antigo, aquilo que não aprendemos com amor, aprendemos com a dor. Duvidam? Aguardem e confiem...

20 março 2015

SHITOKAN NO JOJISHI :dai go no uta - hi no kao (verso quinto - as faces do fogo)

Do dicionário: Epopeia é um conjunto de acontecimentos históricos narrados em verso, e podem não representar os acontecimentos com fidelidade, porém apresenta fatos com relevante conceito moral e eventos heroicos, por exemplo, transcorridos durante guerras, ou relativos a fenômenos históricos, lendários ou míticos, e que são representantes de uma determinada cultura.

Narrarei aqui, tal qual vão acontecendo as aventuras, a epopeia de um singular grupo de destemidos aventureiros, viajantes de uma terra mítica muito além do horizonte, o Império oriental de Shitokan, um mundo envolto em mistérios e governados pela honra e pela magia . Terra esta que nasceu da brilhante mente de um amigo muito especial, honorável Adelir-san. Verso a verso, contarei o destino incerto deste bravos guerreiro de olhos puxados, cujo maior intuito é a busca pelo desconhecido...


dai go no uta - hi no kao (verso quinto - as faces do fogo)

Nos braços da Última Gueixa
MOERU!
Cruzando águas desconhecidas
Movidos por ordens devidas
Os homens aguardam sua deixa

Reduzidos à apenas três flamas
Porém com poder aumentado
Rumo à ilha do inesperado
Co’a escolta de um mestre das chamas

E eis que estas chamas vorazes
Que ignora até seus sequazes
E a todos expurga inclemente

Fora lâmina de duplo corte
Trazendo a vitória e a morte
Selando sua sina premente

15 março 2015

REBELDES, DO CONTRA E NEUTROS. A fórmula do caos!

ATENÇÃO! Se você não tem a mente aberta e pré-disposição para mudança, pare aqui e não leia este artigo.



Se até as Forças Armadas estão pedindo ajuda,
acho que eu não sou tão "exagerado" quanto dizem...
Hoje, 15 de março de 2015, participei pela primeira vez de uma manifestação pública. Todos
sabem do que se trata, foi a manifestação realizada em diversas cidades do país com vários intuitos, na verdade. Desde Impeachment à reforma política, haviam pessoas reivindicando vários direitos, mesmo que todas as reivindicações girassem em torno da má administração do governo atual. Eu mesmo estava com um cartaz que um rapaz me entregou, que dizia simplesmente S.O.S  F.F.A.A. Para quem não sabe, essa sigla significa Forças Armadas (a repetição do F e do A é para alegorizar o plural), ou seja, uma pedido de socorro das nossas sucateadas e falidas forças armadas. Como não acredito em coincidências, achei bastante apropriado, para mim, estar com esse cartaz, pois a cada dia que passa não vejo solução para essa balburdia instaurada a não ser com a intervenção militar. Mas esse não é o foco deste post.
Confesso que ando com os nervos a flor da pele ultimamente, e esta situação que estamos atravessando no país (ou, por que não dizer, no mundo) tem me afetado bastante. E, ainda que isso também esteja afetando mais gente, parece que não é o suficiente para afetar ou acordar a maioria das pessoas. Tenho uma opinião sobre isso tudo: o Brasil é muito grande, e por isso nunca vão conseguir administra-lo de forma eficiente! E a prova disso é essa divisão que existe em cada canto do país. Aqui mesmo, em Toledo, no interior do estado, onde por mais que hajam problemas ainda estão distantes da gravidade da situação das grandes metrópoles, podemos ver isso. Hoje percebi que realmente esta situação controversa não tem grandes chances de acabar bem. Não sem coisas tristes acontecerem... Digo isso pois fiquei deveras desapontado (mais ainda...) quando percebi que as pessoas simplesmente estão tão acomodadas em suas zonas de conforto que sequer se dão ao luxo de tirar a bunda do sofá para participar de uma passeata. E não estou falando daqueles que se mantém em “cima do muro” ou mesmo a favor de toda essa zona. Estou falando daqueles que no dia-a-dia também ficam se queixando e falando que precisa fazer alguma coisa e, bla,bla,bla, mas que hoje sequer saíram da frente da televisão, não largaram seus copos de cerveja, seu futebol ou qualquer que fosse seu motivo particular que era mais importante do que a situação crítica da nação. E aqui muitos (ou nem tantos, se levar em conta a “baixa audiência” do blog...) irão me achar exagerado, dramático, etc., etc. Lhes afirmo categoricamente que não sou exagerado. Você talvez é que não tenha tomado tanta pancada na cabeça, por tanto, nem lhe culpo por não alcançar minha loucura percepção.
Brincadeiras à parte, o que quero dizer é o seguinte: há basicamente (eu disse basicamente, e não apenas!) três tipos de pessoas se manifestando sobre tudo isso. Os primeiros são os REBELDES, seres realmente incomodados e inconformados (like me!) que não ficam pensando no que podem perder, mas no quanto tem a ganhar se as coisas mudarem, independentemente de ser proletariado ou empresário bem sucedido (ainda que estes últimos são bem... “discretos”). Há os REBELDES de nascença, aqueles que já vem chutando o pau da barraca desde o ventre da mãe, estão em tudo quanto é manifestação, não levam desaforo pra casa, e há aqueles que são moldados, forjados ou “cagados” no decorrer da vida (eu faço parte deste segundo subgrupo. Tanto que ainda cheiro a estrume...) São do tipo que acham que deve haver mais ação e menos discussão. Depois vem os DO CONTRA (atenção: não confundir um REBELDE com um DO CONTRA. São seres diferentes em origem!). E ai entram desde aqueles que foram à manifestação do dia 13 com suas bandeiras vermelhas (comprados e vendidos, tinha dos dois), até aqueles que pensam (e as vezes dizem) que as coisas “não estão tão ruins como dizem”, e ficam achando argumentos embasados em dados sem pé nem cabeça, de fontes que nem eles mesmos sabem, apenas para defender seus interesses próprios, ou seja, suas vantagens adquiridas nesses últimos doze anos, por exemplo. E por último, mas não menos importantes (#SQN), os NEUTROS. Os sem sal, mornos, mais ou menos, os sem graça, os tanto faz como tanto fez, os “coluna do meio”. São os espécimes exemplares mais comuns dos “50 tons de cinza” do egoísmo humano. Sem ofender! Não falo com intensão pejorativa, mas é preciso exemplificar, afinal, em algum grau, todos somos egoístas. Nessa classe estão aqueles que não se manifestam, não se envolvem, não dizem sim nem não. São praticamente invisíveis! As vezes até penso que estes nem sequer vivem na mesma dimensão que eu! Ou pelo menos não no mesmo país... Preferem observar, como boas ovelhas, o andar da carruagem que se dirige inevitavelmente para o abismo. Desde que haja feno e água à vontade, seguirão cegamente a manada. Preferem pagar mais caro do que encarar uma situação “desconfortável” (leia-se: dão um boi pra não entrar numa briga e uma boiada para sair, caso entrem equivocadamente, claro!) E vez ou outra, os componentes deste tipo acabam cruzando as fronteiras das “classes” e ficam um tempinho na banda dos DO CONTRA, só por uns instantes, tempo suficiente para soltarem alguma pérola sobre “como tudo isso é inútil, como estão perdendo tempo, como só sabem reclamar”, etc., etc. Raramente se vê um NEUTRO indo para o lado dos REBELDES, até por sua natureza “pacífica”. Mas pode acontecer. Antes que me taxem de hipócrita, imbecil, preconceituoso ou outros adjetivos agradáveis como estes, deixo claro que estes últimos, os NEUTROS, eu até respeito. Desde que fiquem com sua postura impecável. Não quer se envolver? Tudo bem, é direito seu. Só não me venha com lições de moral e teorias pseudo socialistas para argumentar a favor de interesses pessoais próprios, falando de uma realidade que eles próprios não vivem! Pode esperar que ai vai dar pau (no bom sentido, claro!)
Eu, Jacson "Hemmas"' Bervian e
Marcos Cavasini. Rebeldes encausados!
E o que hoje me fez entristecer é perceber como é difícil ser um REBELDE. Sim, pois, me surpr
eendi com o povo que disse que ia pra rua e coisa e tal, mas na hora H, não deu coragem. Como já falei, aqueles que se declararam NEUTROS ou DO CONTRA, eu já sabia que não se manifestariam. Entretanto, quando percebi que aqueles que eu pensava terem pelo menos um pouco de REBELDES eram (são...) na verdade uma quarta classe, que eu desconhecia, mas que em verdade acho que sempre existiu... São o que eu chamo de COVARDES. E se fosse para fazer um ranking, eu colocaria essa classe em primeiro lugar tanto em quantidade quanto em nível de periculosidade. São perigosos sim, pois quando você conta com alguém para fazer algo e esse alguém diz que vai fazer e chega na hora e não faz, nem aparece, isso não é apenas frustrante e decepcionante, mas as vezes pode ser vital. Falo isso de cadeira, pois já decepcionei muita gente nessa vida e hoje pago por isso, e parece que agora é a minha vez de ser “largado na mão”. Enfim, esse é o grande mal da nossa nação, um mal que pode ser encontrado em praticamente toda parte do mundo, mas que aqui no Brasil parece que ele tem seu potencial otimizado pelo nosso “jeitinho brasileiro”. Estou falando do egoísmo humano, dessa moléstia de origem psicossomática, que está impregnado na nossa essência e que afeta a todos nós e que está acabando com a humanidade, e nem é aos poucos, é aos safanões mesmo, com velocidade de trem bala. Digo isso pois esta é a explicação mais plausível para a existência de classe de COVARDES que vemos por aí. Em verdade, eu mesmo me sinto um COVARDE em muitos momentos, pois sinto que podia (e devia) estar fazendo mais pelos outros, pelo próximo ou pelo distante. Pelos entes queridos (poucos) ou nem tanto (hum... muitos). Pela sociedade. E quando me ouço (ou “me leio”) dizendo isso, parece tão utópico que me dá mais tristeza ainda...

Talvez não faça diferença em 30 dias.
Mas vamos ver daqui a 10 anos!
Sei que uma manifestação não vai mudar nada. Sei muito bem que um andorinha sozinha não faz verão e sei do que precisamos de verdade que, como já estou cansado de ouvir, é a tão famigerada reforma política e judiciária, e que o impeachment, que apenas trocaria um fantoche por outro, praticamente não faria diferença. Mas enquanto estivermos presos aos nosso temores, acorrentados aos nossos confortáveis grilhões sociais de nossas tão queridas zonas de conforto, nada acontecerá. Como disse um velho amigo, o problema é cultural, e educando nossos filhos corretamente já é um começo. Mas reitero, não é suficiente, a menos que desprezemos completamente a realidade e esqueçamos que nossos filhos estarão inserido nesse mundo caótico. Eu quero um futuro melhor para minhas filhas, não apenas que elas sejam boas cidadãs. A história comprova, bons cidadãos em meio ao caos, são os que sofrem mais (e creio que somos prova disso...), por isso não ficarei apenas no discurso. Não mais. Pois, ao contrário do que pensam alguns, hipocrisia é falar e não fazer. Fazer algo, mesmo que não se obtenha sucesso, não me faz um hipócrita. Agora, esperar que as coisas
melhorem ou insistir que “não está tão ruim”, isso sim é questão de hipocrisia. Não acredito no mal essencial, pelo menos não entre nós mortais. Tudo o que fazemos, falamos e pensamos tem origem na autopreservação, mas infelizmente essa autopreservação atua de maneira diferente em cada um. E a maneira mais comum com que ela se manifesta hoje é esse egoísmo, disfarçado com seus trocentos argumentos, sejam eles intelectuais ou não, sempre “justificáveis”. Enfim, Não quero ofender e nem declarar guerra a ninguém com tudo isso. Mas espero sim mexer com o brio de quem estiver lendo isso aqui. Espero do fundo do coração que as pessoas ao menos reflitam sobre suas condições reais e que percebam que esse verniz social que recobre nossas vidas não passa de mera ilusão. Não existe o EU. Só o NÓS é que faz alguma diferença.