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02 julho 2014

Comum e corrente

O olhar delicado, o amor integral
Quem tiver entendimento, que entenda...
Um susto engraçado, o amparo maternal
Beleza que não se descreve em palavras
Sensações novas, momentos sem igual
Instantes primeiros de um nascer conceitual
E depois... O que será?

Corridas gritadas sem motivo ou noção
Choros manhosos, de dor ou emoção
Joelhos ralados com jeito de troféu
No colo do pai sempre há proteção
Brincadeiras e jogos de imaginação
Então... O que será?

Revolta sem causa ou mero pretexto
Problemas infames, amores de contexto
Tudo em um tom radicalmente romântico
Em meio a acnes e discursos sem texto
Tão frágil e ocioso qual um ano bissexto
Mas e ai... O que será?

(...)
Sonhos palpáveis de horizonte tangível
Amores reais plagiando o incrível
A força da vida em latente euforia
Fazendo até troça do tal impossível
Quando tudo parece provável e plausível
E em seguida... O que será?

 O auge esmerado das realizações
Ou então o cansaço de mil frustrações
De muitos são seus anos dourados
Para outros desengano e decepções
E à todos o peso de muitas estações
Ainda assim... O que será?

Cabelos de algodão e pele franzida
Doces sorrisos, memória esquecida
Os anos pesando e fazendo corcova
Prédica sábia sendo até proferida
Ou tristes balbucios de uma despedida
Mas... E depois... O que será?

(Anderson)

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